Dia da preguiça para alguns, para outros é dia de colocar as ideias em ordem e planejar a semana, o que de fato é inegável é que o domingo combina com uma bela macarronada.
Tenho boas lembranças das macarronadas da minha avó, como reaproveitava tudo na cozinha, a vovó raspava o fundo das panelas de carne e congelava as porções do que ela chama de “munha da carne”.
Para o molho do macarrão de domingo ela refogava extrato de tomate e adicionava esse fundo de panela que tinha um sabor intenso e muitos pedaços de carne, ali no fogão ela deixava apurar bem e o aroma era algo fantástico.
Antes de finalizar ela sempre adicionava uma generosa porção de pimenta malagueta que tornava tudo mais interessante ou picante se fosse sorteado com um exemplar inteiro no seu prato.
O macarrão era servido com um queijo minas de Araxá MG, sempre bem curado, ia ralado por cima do spaguetti da vovó. Boas lembranças.
Você sabia que o brasileiro é o terceiro maior consumidor de macarrão do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos e a Itália?
Dentre os tipos preferidos dos brasileiros o espaguete sai na frente com 57% de preferência nacional, agora a pergunta que não quer calar, você já fez uma massa fresca em casa? Se a resposta é não você não sabe o que está perdendo.
Fazer uma massa começa com a qualidade da farinha, normalmente se pensa que as mais refinadas do tipo 00 são as melhores, mas nem sempre, as farinhas premium do tipo 1 tem menos teor de cinzas e por isso são mais claras a pesar de menos refinadas.
Um outro ingrediente importante é a sêmola, alguns masseiros gostam de usar uma certa proporção na composição da massa algo em torno de 80% de farinha com 20% de sêmola é o suficiente para se obter uma bela massa al dente.
Sobre os ovos, para o paladar brasileiro se aplica a regra mais simples, um ovo para cada 100g de farinha.
Para se obter uma massa mais amarelada use ovos caipiras e reforce as gemas, os italianos preferem sem ovos pois dizem que se sente melhor o sabor do molho.
Não é qualquer batedeira doméstica que é capaz de bater uma massa pesada como essa, então se você não tem uma super batedeira prepare seus braços para a batalha e amace bem, porém, sem exagerar pois a massa não pode “esquentar” neste manuseio, ela começa bem quebradiça e depois de um tempo passa-se a trabalhar com o rolo e trabalhando o glúten ela passa a ficar elástica. Fique atento, não trabalhe em locais muito ventilados pois a massa resseca com facilidade.
Chegada a hora do corte, você pode optar por um belo cilindro mecânico ou pelo bom e velho rolo de massa que vai exigir um pouco mais de experiência. Afine a massa até a espessura desejada se a massa estiver no ponto certo não será tão difícil atingir uma espessura mais fina, ai então é corta-la e separar para o cozimento.
Antes de mais nada certifique que seu molho esteja pronto, ai sim é hora de cozinhar a massa, a não ser que ela seja finalizada em uma frigideira. Vamos cozinhar a massa, use uma panela bem grande, não precisa economizar água nem espaço o ideal é uma conta simples, 1 litro de água para cada 100g de massa e uma pitada generosa de sal grosso. Ferva a água em fogo alto e use a panela sempre destampada, assim que flutuar, no caso da massa fresca isso é muito rápido, ai é escorrer e servi-la.
Sobre a escolha do molho pode tentar reproduzir o da vovó que é uma delícia, mas de um modo geral massas curtas pedem molhos mais espessos e massas longas molhos mais leves, mas não é uma regra.
Agora você já pode se preparar para o próximo domingo!
Photo by Jorge Zapata on Unsplash
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Sobre o Autor
Guilherme Teixeira é Mineiro, Designer Gráfico e Cozinheiro. Inquieto e criativo é na cozinha que deixo a imaginação fluir e acabo descobrindo novos sabores e texturas para compartilhar com vocês. Vamos cozinhar?
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